quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sai que é sua... Júlio César?

               A convocação do zagueiro Henrique certamente tirou o foco de outra convocação que vinha sendo polemica no último ano. O goleiro Júlio César que a tempos já estava garantido na Copa do Mundo esteve por meio ano parado praticamente, sendo o terceiro goleiro de uma equipe de Segunda Divisão Inglesa. Por mais que a divisão inferior na Inglaterra seja de um nível aceitável devido ao valor de investimento dos clubes, em se tratando de seleção Brasileira e que as opções eram muitas e boas e o fato de muitas vezes ele não ficar se quer no banco, a decisão de não só convoca-lo, mas de também ser titular era questionável.
                O importante era jogar não importa onde? Foi assim que Júlio César se transferiu para o fraco Toronto, clube canadense que disputa o Campeonato Americano (MLS). E o que isso tem haver com a famosa frase de Galvão Bueno que marcou a geração dos anos 90? O caso é muito parecido com a do goleiro Taffarel em 1994.
                Cláudio Taffarel é conhecido como o goleiro que abriu as portas para os outros goleiros brasileiros atuarem na Europa, quando se transferiu do Internacional para o Parma da Itália. Ele havia sido o melhor goleiro brasileiro no final da década de 80 e começo da década de 90. Entretanto, em 1994 foi emprestado do Parma para o modesto Reggiana, time que acabara de ser promovida e que brigou a temporada toda para não ser rebaixada.
                Por outro lado, havia outro goleiro aqui no Brasil no auge de sua carreira, Zetti. O arqueiro do São Paulo havia vencido duas Libertadores e dois Mundiais em 1992 e 1993 e indiscutivelmente estava tendo atuações excepcionais. A sua convocação veio, mas foi banco do goleiro que atuava no velho continente.
                Certamente Taffarel foi um jogador chave para a manutenção e permanência na Série a do Reggiana, mas em termos de desempenho Zetti era superior. Sua titularidade veio na confiança que tinha adquirido nos anos anteriores como goleiro do Internacional, da Seleção e até no seu começo do Parma. Felipão aposta justamente nisso em Júlio César: A tal confiança que o goleiro teve em sua carreira na Internazionale, aonde chegou a ser considerado o melhor goleiro do mundo.
                Só que os tempos são outros. A Seleção Brasileira já chegou a ter jogadores de times do interior, mas naquela época a “globalização” era menor e o nível dos clubes aqui no Brasil era melhor se compararmos com os grandes Europeus. Hoje a disparidade é grande, podemos tomar com base o nosso Campeonato Brasileiro que é fraco tecnicamente e até taticamente.
                Eu questiono essa “confiança”, pois apesar do goleiro ter feito uma boa Copa das Confederações, o seu último ano de modo geral não foi nada satisfatório para alguém que vestirá a camisa 1 da Seleção mais importante do mundo e em seu próprio território. O que resta é esperar e torcer para que ele repita Taffarel e faça defesas importantes que levem a Seleção para o Hexa.

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