quinta-feira, 25 de setembro de 2014

História dos Clássicos: Superclássico Argentino

                O Superclássico Argentino é o maior clássico de futebol da Argentina e reúne os clubes que mais vezes venceram o Campeonato Argentino e os dois detentores das duas maiores torcidas do país, o Boca Juniors e o River Plate.
                As rivalidades de Buenos Aires costumam surgir pela proximidade dos dois clubes, alguns pertencendo ao mesmo bairro outros de bairros vizinhos. Foi assim que surgiu essa rivalidade, lutando para ser o melhor representante do bairro de La Boca, aonde ambos foram fundados. Posteriormente, o River precisou mudar-se de casa, fixando-se em Belgrano na década de 1920.
                A distância entre os bairros de La Boca e Belgrano (um fica no sul de Buenos Aires e outro no norte) só serviu para aumentar ainda mais essa rivalidade. Primeiramente, por ser um bairro humilde, os moradores de La Boca não perdoaram o River por ter se mudado para um bairro nobre e sendo bem recebido pela comunidade portenha. A disputa caracterizou bastante a rivalidade “povo x elite”, apesar de hoje ambos os clubes quebrarem esse tipo de barreira social e terem torcedores de todas as classes.

Dados Gerais:

Total de jogos: 349.
Total de gols: 889.
Vitórias do Boca Juniors: 128.
Gols do Boca Juniors: 465.
Vitórias do River Plate: 112.
Gols do River Plate: 424.
Maior goleador: Ángel Labruna (River Plate) - 16 gols.

Chuva de Gols:

                A maior goleada do clássico aconteceu em 1928 no dia 23 de dezembro e ao que parece, o Papai Noel vestia azul. O Boca Juniors goleou o River Plate por 6 a 0, jogo válido pela 27ª rodada da primeira divisão Associação Amadora Argentina de Futebol. O primeiro gol saiu dos pés de Tarasconi aos 3 minutos de partida e aos 20, provavelmente o divisor de águas para uma goleada histórica do Boca, Giglio e Uriarte, ambos do River saem lesionados e naquele tempo não existiam substituições.
                Aos 30 minutos Kuko marcaria e aos 40 novamente Tarasconi ampliaria o placar, terminando 3 a 0 para os Xineizes no primeiro tempo. Com o começo do segundo tempo, as coisas ficaram ainda mais terríveis para o River. Aos 10 minutos Kuko marcou seu segundo gol e quarto do Boca e aos 25 foi a vez de Cherro marcar. Pouco tempo depois o River Plate ainda teve mais um jogador que deixou os gramados por contusão.
                Com oito em campo, Cherro ampliou logo depois para o Boca. O placar estava feito e o capitão dos Millonarios pede gentilmente ao árbitro que encerre antes do fim e o mesmo foi aceito. O jogo terminou com sete minutos faltando.

Goleador:

                Ángel Amadeo Labruna nasceu em Buenos Aires em 28 de setembro de 1918. Sua carreira profissional começou no River Plate em 1939, fazendo parte da incrível geração vitoriosa da década de 50 formada por Juan Carlos Muñoz, José Manuel Moreno, Adolfo Pedernera e Félix Loustau. Venceu nove campeonatos argentinos e atuando nos Millonarios por 20 anos, disputou 515 partidas e marcou 293 gols, virando uma lenda.
                Após deixar o River Plate em 1959, foi contratado pelo Rampla Juniors do Uruguai. Aos 42 anos ele teve tempo de disputar 16 partidas e ainda marcar três gols. Retornando para a Argentina em 1961, ele ainda atuou rapidamente por dois clubes antes de se aposentar com 43 anos. Primeiro o Platense, jogando apenas duas partidas e depois no Rangers de Talca aonde jogou cinco jogos.
                Depois de se aposentar, ele virou treinador, comandando inclusive o River na década de 1970, chegando à final da Libertadores de 1976 e perdendo para o Cruzeiro. Ele ainda treinou o Rosário Central, Racing e Talleres.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Copa do Brasil sub-20 2014

               
              Uma das novas competições organizadas pela CBF com o intuito de valorizar o futebol de base do país, a Copa do Brasil sub-20, está na sua terceira edição esse ano e começou na semana passada no dia 16 de setembro e conta com a participação dos 20 clubes que estão na Série A e os 11 primeiros clubes da Série B (levando em consideração a tabela final de 2013), além do Campeão da Copa Norte de Futebol sub-20, como um modo de valorizar o futebol da região.
                Com sua primeira edição realizada em 2012 e sendo vencida pelo Vitória e a segunda no ano passado e vencida pelo Santos, este ano promete um novo equilíbrio e quem sabe, mais bons jogadores sendo revelados. Os 32 clubes disputam um mata-mata com partidas de ida e volta.
                Das partidas disputadas te o momento tivemos apenas um vencedor, sendo que as outras quatro partidas terminaram com um empate. O Corinthians empatou fora de casa com o Atlético PR, após sair da frente no placar e ter um jogador expulso logo em seguida por uma agressão ao adversário. Os gols foram marcados por Erê para o Corinthians e Bruno para o Atlético PR.
                Em Itaitinga no Ceará, o Cruzeiro empatou com o Vovô também por 1 a 1 e também com expulsões. Um jogador de cada lado foi expulso após troca de agressões. Robinho abriu o placar para os donos da casa e Murilo empatou para a Raposa. Náutico e Vitória emptaram sem gols e o Fluminense arrancou um empate em Bragança Paulista com o Bragantino.
                O Bahia, único vencedor até então, venceu o Icasa fora de casa por 3 a 2. Raimundo abriu o placar para o Icasa, que depois sofreu a virada para os Baianos. Rodrigo, Lourival e Bruno marcaram para o Bahia e João Paulo descontou para os donos da casa quando as luzes já estavam sendo apagadas. Vale destacar que tivemos mais uma expulsão na rodada.

                Nesta semana teremos mais cinco jogos. Na terça dia 23 o São Paulo viaja até Chapecó para enfrentar a equipe local na Arena Condá. O jogo será às 19:30. Na quarta teremos mais três jogos: América MG e Vasco na Arena Jacaré em Sete Lagoas, Sport e Flamengo na Ilha do Retiro e Avaí e Grêmio na Ressacada. Na quinta, para fechar os jogos da semana teremos Criciúma e Palmeiras no Heriberto Hulse.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Copa do Nordeste 2015

                A Copa do Nordeste, uma competição que em sua volta está sendo de grande sucesso e valorizando o futebol da região estará de volta em 2015 e com algumas novidades. Agora a competição contará com mais alguns clubes de dois novos estados: Maranhão e Piauí. Este ano também contará com uma vaga na Copa Sul-Americana de 2015 para o campeão.
                Os dois campeões das recentes edições estarão na competição: Campinense (2013) e Sport (2014), além de algumas novidades como o Globo. Ontem, foram sorteados os grupos e já teremos um clássico na fase inicial, com Ceará e Fortaleza pelo Grupo D. Ao todo são 20 clubes divididos em cinco grupos de quatro equipes.


 Confira abaixo:


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Poder ofensivo!

              Meio ano se passou e o calendário brasileiro da uma pequena pausa para a realização da Copa do Mundo. E como de costume o Geral FC traz alguns dados atualizados sobre os clubes da Série A. Hoje, estaremos refletindo sobre os ataques dos 20 clubes da elite do futebol brasileiro neste ano de 2014.
                O principal ataque do ano continua sendo o Santista, entretanto, teve uma queda considerável de rendimento e podemos observar isso nos gols marcados após o Paulista. Atualmente o clube possui uma média de 2,13 gols por partida, marcando 66 gols em 31 partidas, mas no Brasileiro o clube demorou a engrenar, passando dois jogos no começo em branco e tendo seus dois primeiros gols marcados de forma irregular. O clube precisa reencontrar o caminho para o gol ou esses dados tendem a cair.
                Um ataque que tem chamado a atenção é o do Internacional. O clube teve uma pequena queda em comparação ao levantamento anterior, nada fora do normal, afinal só estava jogando o Campeonato Gaúcho no qual é infinitamente superior as outras equipes do Interior. O mais impressionante é que com um ataque modesto estão rendendo mais que o antigo ataque luxuoso. Certamente a maioria ainda não tem confiança em Rafael Moura e Wellington Paulista, mas ambos vêm cumprindo seu papel quando jogam.
                Em contra partida, o Grêmio vem sendo refém da má fase do atacante Barcos e teve uma queda um tanto considerável de 0,4 em sua média de gols. Obviamente, a queda na média é normal para qualquer clube, já que a diferença no nível do estadual para o nacional é enorme, mas se considerarmos que na Libertadores a média era melhor que a do Brasileiro e o grupo que o Grêmio estava, o cenário muda. O clube marcou apenas sete gols em nove partidas neste Brasileiro. Por incrível que pareça, entre os jogadores da Série A, o Argentino Barcos é o que mais marcou no ano, com 17 gols, porém no Brasileiro só marcou duas vezes contra a Chapecoense. Tanto o Grêmio, quanto o atacante precisam voltar a boa forma no segundo semestre se buscam algo a mais no ano.

Confira abaixo a tabela completa:


Ø  TIMES
JOGOS
GOLS
Ø  MÉDIA
Santos
31
66
2,13
Internacional
31
63
2,03
Fluminense
29
55
1,9
Cruzeiro
34
61
1,79
São Paulo
29
52
1,79
Flamengo
34
59
1,73
Vitória
31
52
1,7
Corinthians
26
40
1,54
Atlético PR
32
47
1,47
Palmeiras
30
43
1,43
Grêmio
36
51
1,42
Atlético MG
32
45
1,41
Goiás
29
40
1,38
Coritiba
27
34
1,26
Sport
35
44
1,26
Chapecoense
30
37
1,23
Bahia
30
36
1,2
Botafogo
32
38
1,19
Figueirense
29
32
1,1
Criciúma
26
23
0,88

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Promessas Mundiais - Divock Origi

               
               Divock Okoth Origi nasceu em 18 de abril de 1995 em Oostende na Bélgica, é um jovem atacante que defende o Lille. O jovem belga começou a jogar futebol pelo Genk, tradicional clube de seu país. Ainda nas categorias de base se transferiu para o Lille, aonde também fez sua estreia como profissional.
                Começou jogando no Lille II em 2010, a equipe reservado Lille que disputa a CFA (equivalente a nossa quarta divisão). Em janeiro de 2013 ele começaria sua trajetória na equipe principal. Ficou apenas no banco em sua primeira convocação, em uma partida válida pela Copa da França contra o Plabennec vencida pelo Lille por 3 a 1, mas em menos de 10 dias estrearia e marcaria um gol no empate do Lille contra o Troyes pelo Campeonato Francês.
                Sua primeira temporada na equipe principal contou com 10 participações e com todas elas entrando no decorrer da partida. Já em sua segunda temporada e agora completa, jogou 30 partidas, sendo que destas, 12 eram como titular. O garoto foi ganhando espaço e destaque na equipe.
                É convocado para a seleção de seu país desde o sub-15, mas foi na Copa do Mundo de 2014 pela seleção principal que o jovem atacante mostrou o seu bom futebol para o mundo. Até então um pouco desconhecido, ele fez boas partidas, chegando até mesmo a ter mais destaque que Lukaku, que era o titular da posição e uma das jovens sensações da Bélgica.

                Essas atuações chamaram a atenção do Liverpool que comprou o jogador por 12 milhões de euros. Sem espaço na equipe inglesa nessa temporada, o clube optou por deixa-lo no Lille por empréstimo para continuar com seu desenvolvimento.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Balanço 1º Turno Brasileiro 2014.

                
               Metade do Brasileirão se foi e as coisas já começam a se desenhar para as ultimas 19 rodadas. O Cruzeiro tem tudo para ser o campeão novamente estando a sete pontos de distancia do segundo colocado e mantendo um futebol regular, mesmo sem as suas principais estrelas, como o ocorrido no jogo deste final de semana contra o Fluminense no Maracanã. Na vice-liderança está o São Paulo que é o que mais se aproxima de poder incomodar o Cruzeiro, ainda mais que terá um jogo decisivo no próximo domingo contra eles, dentro do Morumbi. O Tricolor Paulista está tendo um diferencial e pode se firmar com a segunda colocação, já que está a sete jogos invictos no Brasileirão e destes, cinco foram de vitórias. O diferencial do clube está sendo seu “Quarteto” formado por Pato, Ganso, Kaká e Kardec que até agora estão 100%.
                Na briga por vaga na Libertadores (as três que ainda sobram já que uma estará com o Cruzeiro) fica entre o segundo colocado São Paulo até o sétimo, o Atlético MG. Uma diferença de seis pontos separam os clubes e a irregularidade entre Corinthians, Internacional, Fluminense e Grêmio (além dos dois citados anteriormente), manterá a briga muito que provável até as ultimas rodadas.
                A briga pelo rebaixamento, mais uma vez, será intensa. O Vitória com 15 pontos é o clube que mais tem chances de cair. O histórico do Brasileiro mostra que o lanterna na virada de turno sempre foi rebaixado e mesmo tendo o melhor aproveitamento na história dos pontos corridos disputados com 20 clubes de um lanterna, as coisas não serão nada fáceis. Para piorar a sequencia é um pouco ingrata, enfrentando dois clubes que brigam na parte de cima da tabela. Uma vantagem para o Rubro-Negro é enfrentar em casa, cinco dos oito candidatos ao rebaixamento.
                Do Figueirense para baixo (12º colocado) todos por enquanto correm riscos de rebaixamento. Pelo atual momento, entretanto, e se continuar com esse rendimento, o clube catarinense deve deixar essa briga. O Goiás tem caído seriamente de rendimento, mas ainda se mostra forte em seus domínios, tendo perdido apenas para Inter e Cruzeiro no Serra Dourada e por fazer 10 dos 19 jogos em casa nesse próximo turno, pode ser um diferencial.

Artilheiros:

                Marcelo Moreno é o artilheiro da competição com 10 gols. O jogador que estava em baixa no Grêmio e não rendeu nada no Flamengo está voando, se encaixando perfeitamente no time do Cruzeiro. Atrás dele está seu companheiro de equipe Ricardo Goulart com 9 gols. Barcos do Grêmio e Henrique do Palmeiras aparecem atrás com 8 gols cada. Este ultimo inclusive tem mais da metade dos gols de seu clube, que marcou apenas 15.

Garçons:

                A briga de garçons será intensa até o fim do campeonato também, por enquanto o líder é o meia Everton Ribeiro do Cruzeiro com 8, mas é seguido de perto por Ganso do São Paulo com 7. Os dois jogadores tem características um pouco diferentes na hora de servir o seu companheiro. Enquanto um cruza muito bem, aumentando a eficácia das jogadas aéreas que tem chamado atenção do clube mineiro, o outro prefere toques mais rasteiros.

Carniceiro:

                O jogador mais faltoso do campeonato é João Vitor do Criciúma. O jogador cometeu 57 faltas, levou 8 amarelos e 1 vermelho. Outro jogador que também entra nesta lista é o atacante Guerrero do Corinthians. Em se tratando de um centroavante os números são bastante altos, cometendo 55 faltas e recebendo 4 amarelos e 1 vermelho.

Paredão:


                O goleiro com mais defesas difíceis do Campeonato é Thiago Volpi do Figueirense. Foram ao todo 37, porém o time em que joga não lhe permite ser menos vazados, sendo um dos mais atacados da competição. Atrás dele está Weverton do Atlético Paranaense mostrando mais uma vez ser bom goleiro e Marcelo Grohe, que alguns cogitam até chance na seleção. Grohe inclusive é um dos três goleiros que defenderam pênaltis no campeonato.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Campeões Nacionais: Taça Brasil 1959.


               A Taça Brasil de 1959 foi o primeiro campeonato em amplitude nacional realizado pela CBD. A competição surgiu primeiramente com i intuito de indicar um representante do país na Copa Libertadores da América, criada pela CONMEBOL para eleger o campeão do continente. A competição era curta e de mata-mata, muito se devendo a logística limitada da época. Participaram 16 campeões estaduais, sendo que o representante de São Paulo e do Distrito Federal (na época o Rio de Janeiro).
                A competição dividida em três fases era composta na primeira delas pelos grupos do Nordeste, do Norte, do Leste e do Sul. Na segunda etapa, os vencedores do Norte e Nordeste se enfrentavam para ver quem seria o Campeão da Zona Norte e os vencedores do Leste e do Sul se enfrentariam para decidir o Campeão da Zona Sul. Estes dois campeões se juntavam aos campeões estaduais de São Paulo e Distrito Federal na fase final.

Participantes:

TIMES
ESTADOS
ABC
Rio Grande do Norte
Atlético Mineiro
Minas Gerais
Atlético Paranaense
Paraná
Auto Esporte
Paraíba
Bahia
Bahia
Ceará
Ceará
CSA
Alagoas
Ferroviário
Maranhão
Grêmio
Rio Grande do Sul
Hercílio Luz
Santa Catarina
Manufatora
Rio de Janeiro
Rio Branco
Espirito Santo
Santos
São Paulo
Sport
Pernambuco
Tuna Luso
Pará
Vasco da Gama
Distrito Federal

Critérios de desempates:

                Os critérios de desempate são bastante curiosos e bem diferentes dos usados hoje em dia. Os jogos eram disputados em partidas eliminatórias e somavam-se apenas os pontos conquistados dos confrontos e caso houvesse empate, um terceiro jogo seria disputado. Ou seja, quando os dois jogos terminavam empatados ou com uma vitória para cada lado, indiferente do número de gols marcados, uma nova partida era disputada.
                Se nessa terceira partida não tivesse vencedor, a forma de desempate seria o “goal-average” (média dos gols marcados dividida pelos gols sofridos). Aquele que tivesse o maior “goal-average” contando as três partidas avança de fase e se mesmo assim o empate permanecesse, era tirado cara ou coroa para decidir o vencedor.
Fatos curiosos:
                Hoje em dia quando vemos um campeonato com a regra desconsiderando os gols marcados achamos bastante estranho, mas na época era comum e isso de certo modo acabou beneficiando o Bahia, que mais tarde seria o campeão do torneio. A partida para decidir quem seria o Campeão da Zona Norte, na segunda etapa, foi entre Bahia e Sport. O primeiro jogo em Salvador, o Bahia venceu por 3 a 2, já o segundo jogo foi disputado em Pernambuco e vencido pelo Sport por um sonoro 6 a 0. Hoje, o Sport teria avançado sem nenhuma dúvida, mas na época foi preciso um terceiro jogo, novamente na Ilha do Retiro, mas desta vez sendo vencido pelo Bahia pelo placar de 2 a 0.

O Artilheiro:

                O matador daquele ano foi o atacante Léo do Bahia com oito gols marcados e balançando as redes em todas as partidas, sendo um dos principais responsáveis pela campanha histórica do Esquadrão de Aço.
                O atacante, quase foi um dos campeões mundiais de 1958 com a Seleção Brasileira na Suécia, sendo cortado horas antes de seu embarque. Tudo isso aconteceu devido a uma declaração de seu ex-treinador do Fluminense dizendo que ele tinha problemas no joelhos e seus dentes tinham bastantes caries. Vale ressaltar que ele teve todos os seus dentes extraídos e substituídos por dentaduras dias depois.
                Léo também poderia ter sido obstáculo para um dos grandes jogadores da história do futebol hoje ter brilhado naquela Copa. Afinal, a vaga era sua e talvez Pelé não tivesse grandes chances de participar da competição. Para seu lugar, Dida do Flamengo foi convocado.

O Campeão:

                Quatorze partidas foram disputadas pelo Esquadrão de Aço até a conquista do primeiro título nacional de um clube. Pelo seu caminho foram despachados CSA, Ceará, Sport, Vasco e na final o Santos de Pelé.
                A primeira partida da final foi disputada na Vila Belmiro e o Bahia tinha um importante desfalque, o goleiro Nandinho, estudante de direito e que tinha uma prova importante no dia. Pelé e Pepe marcaram para o Santos, mas isto não significaria nada, já que o Bahia virou a partida para 3 a 2. O jogo seguinte sendo disputado na Fonte Nova foi vencido pelo Santos pelo placar de 2 a 0 e novamente com Pelé e Pepe marcando.
                Devido ao regulamento, a terceira partida seria marcada para 30 de dezembro e sendo adiada para março de 1960 devido a uma excursão para Europa da equipe Santista. Naquele jogo ambos os times tinham desfalques importantes: Pelé pelo Santos que estava com amígdalas inflamadas e o técnico Geninho do Bahia, que por ser policial teve que se apresentar no quartel.
                O Santos abriu o placar com Coutinho, mas logo depois o Bahia conquistou o empate com Vicente cobrando uma linda falta. Léo, o grande artilheiro da competição virou o jogo, que depois se tornaria um campo de batalha. Muita pancadaria e três expulsões para cada lado, destacando-se a de Vicente e Coutinho que trocaram agressões pesadas em campo. No final do jogo, Alencar sacramentou a vitória com direito a drible no goleiro.
                Um balde de água fria para os Santistas que já haviam marcado até data com o San Lorenzo da Argentina para disputarem a partida pela Libertadores, o que não ocorreu, já que o Bahia seria o representante brasileiro na competição.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Clubes Clássicos: Estrela Vermelha.

                O FK Estrela Vermelha de Belgrado é um dos clubes de futebol mais populares da Sérvia tendo seu uniforme principal listrado horizontalmente em vermelho e branco. Foi o último campeão do Campeonato Iugoslavo de Futebol, antes da dissolução do país (temporada 1990/91), assim como o primeiro campeão do campeonato na nova Iugoslávia (1991/92). Anos depois, foi também o último campeão do Campeonato Servio-Montenegrino antes da separação das Repúblicas (temporada 2005/06) - ano em que fez a dobradinha vencendo a Copa da Sérvia e Montenegro - e o primeiro campeão do recém-criado Campeonato Sérvio (2006/07), fazendo outra dobradinha, conquistando também a Copa da Sérvia. O seu maior rival é o Partizan, também da cidade de Belgrado, cujo confronto entre os dois é chamado de Eterno Clássico e é uma das maiores rivalidades do continente europeu.

Origens:

                Em fevereiro de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de jovens membros da Serbian United Antifascist Yought League decidiram formar a Youth Physical Culture Society e mais tarde (em 4 de março) se tornaria o Estrela Vermelha de Belgrado. Após o fim da guerra, diversos clubes Iugoslavos se dissolveram por terem jogado partidas durante a guerra e sendo rotulados de colaboradores pelo Marechal Tito.
Dois desses clubes foram o SK Iugoslávia e BSK Belgrado, e o Estrela Vermelha herdou praticamente tudo (estádio, escritórios e jogadores e até mesmo as cores). Nota-se que nesse momento foi quando o clube se tornou o Estrela Vermelha de fato, recebendo as cores dos dois clubes e o símbolo do país. Seu primeiro jogo foi contra um time formado pelo Primeiro Batalhão da Segunda Brigada de KNOJ, vencendo por 3 a 0.

Primeiros passos ao reconhecimento:

O clube conquistou seu primeiro campeonato em 1953. Era uma equipe de jogadores como Beara, Durkovic, Stanković, Popović, Mitić, Kostić e Šekularac. Esses jogadores de futebol, cujos nomes ainda são lembrados, ganharam quatro campeonatos iugoslavos e duas Copas, não perdendo a oportunidade de ganhar todos os troféus Iugoslavos por cinco temporadas consecutivas. Como campeões, o Estrela Vermelha era participante da Iugoslávia na Taça dos Campeões Europeus 1957-58, onde foram notoriamente batido, por 5-4, no agregado pelo campeão inglês Manchester United nas quartas-de-final, com a equipa gerida por Matt Busby batendo Estrela Vermelha, 2 -1, na primeira mão na Inglaterra e por 3-3 na Iugoslávia na partida de volta no dia 5 de fevereiro no Estádio ANJ.  No voo de regresso a Inglaterra no dia seguinte, o avião caiu em Munique, Alemanha Ocidental, resultando na morte de 23 pessoas, incluindo oito jogadores do Manchester United.

Marakana de Belgrado:

                O estádio do Estrela Vermelha carrega o mesmo nome do clube, tendo capacidade máxima de 60 mil pessoas, sendo que um pouco mais de 55 mil são destinados para torcedores sentar-se. O estádio foi inaugurado em 1963 e tinha capacidade para 110 mil torcedores, o maior da Iugoslávia e assim recebendo o apelido de Marakana, por causa do famoso estádio brasileiro.

Dono da Europa:

                O Estrela Vermelha já conquistou o título máximo de um clube europeu, a Liga dos Campeões. Foi na temporada de 1991/1992, com a participação de 31 equipes e times consagrados como Real Madrid, Bayern de Munique e o Milan e para tornar a campanha ainda mais surpreendente, o time de Belgrado foi campeão invicto.
                A primeira vitima foram os suíços Grasshopper, que perderam num placar agregado de 5 a 2. Nessa época, a competição não tinha a fase de grupos, sendo diretamente os mata-matas, sendo assim, avançando pegaram os Rangers, tradicional clube escocês. No agregado um expressivo 4 a 1. Nas quartas de finais derrotaram o Dynamo Dresden, clube da Alemanha oriental na época, em um sonoro 6 a 0 no agregado. Na semifinal as coisas deixaram de ser “fáceis”, enfrentando o consagrado Bayern de Munique, mas mesmo assim avançaram com um agregado de 4 a 3.
                A final foi no estádio San Nicola em Bari, na Itália contra o forte Olympique de Marseille com jogadores como Amoros, Papin, Abedi Pelé e até o brasileiro Mozer campeão da Libertadores com o Flamengo. O jogo foi muito difícil para o Estrela Vermelha, mas eles resistiram com o 0 a 0, levando a partida para as penalidades. Nos pênaltis, a equipe da Iugoslávia (hoje Sérvia) venceu por 5 a 3.

A guerra e o declínio:

                O fim do comunismo não afetou o Estrela Vermelha, mas a guerra acabou deixando sequelas muito grandes. A debandada de jogadores por causa dos conflitos e a crise financeira que se alastrou pelo país, além das sanções econômicas da ONU. O clube voltou há ter cinco anos no topo do país, mas desde 2008 é o Partizan dominar o campeonato.

Revelações:

                O Estrela Vermelha costuma revelar bastantes jogadores que se destacam mundialmente. Recentemente, foram revelados jogadores como Stankovic, que ficou durante 10 anos na Internazionale de Milão, vencendo cinco Campeonatos Italianos, além de uma Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes. O zagueiro Vidic de 32 anos que teve uma ótima passagem pelo Manchester United, sendo apontado até como um dos melhores zagueiros do mundo e hoje defende a Internazionale. Hoje, devemos ficar de olho no jovem atacante Luka Jovic de apenas 16 anos e já é titular da equipe principal.